Noite de fado - Ana Moura

segunda-feira, junho 23, 2008 / Publicada por Rui Pedro /

Hoje estou virado para o Fado, e para a Ana Moura, tida por muitos como apenas uma cara bonita. Eu acho que canta o fado sentidamente. Fica a partilha de 3 musicas.
Depois diz-me se gostaste.



"O que foi que aconteceu"



Aconteceu
Eu não estava à tua espera
E tu não me procuravas
Nem sabias quem eu era
Eu estava ali só porque tinha que estar
E tu chegaste porque tinhas que chegar
Olhei para ti
O mundo inteiro parou
Nesse instante a minha vida
A minha vida mudou
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?
Aconteceu
Chama-lhe sorte ou azar
Eu não estava à tua espera
E tu voltaste a passar
Nunca senti bater o meu coração
Como senti ao sentir a tua mão
Na tua boca o tempo voltou atrás
E se fui louca
Essa loucura
Essa loucura foi paz
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos?
O que foi que aconteceu?
Tudo era para ser eterno
E tu para sempre meu
Onde foi que nos perdemos, meu amor?
O que foi que aconteceu?



"Fernando Pessoa cantado por Ana Moura"



Um Fado Pessoano, num bairro de Lisboa,
Um poema lusitano no dizer de Camões.
Uma gaivota em terra, um sujeito predicado,
num porto esquecido, um barco ancorado.

Leva-as o vento, meras palavras,
Guarda no peito a ingenuidade,
Figura de estilo, tua voz na proa,
E um verso já gasto no olhar de Pessoa.

Uma frase perfeita e um beijo prolongado,
Uma porta aberta traz odor a pecado.
Uma guitarra com garra,
Ouvida entre os ombrais,
numa cidade varrida com vista para o cais.

Leva-as o vento, meras palavras,
Guarda no peito a ingenuidade.
Figura de estilo, tua voz na proa,
E um verso já gasto no olhar de Pessoa.

Leva-as o vento..


"Sou do fado, sou fadista"



Sei que a alma se ajeitou
Tomou a voz nas mãos
Rodopiou no peito
E fez-se ouvir no ar
E eu fechei meus olhos
Tristes só por querer
Cantar, cantar
E uma voz me canta assim baixinho
E uma voz me encanta assim baixinho
Sou do fado
Sou do fado
Eu sou fadista
Sei que o ser se dá assim
Às margens onde o canto
Recolhe em seu regaço
As almas num só fado
E eu prendi-me a voz
Como a guitarra ao seu
Trinado, trinado
E uma voz me canta assim baixinho
E uma voz me encanta assim baixinho
Sou do fado
Sou do fado
Eu sou fadista

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